A chegada do novo século trouxe consigo inúmeras tecnologias que, de certa forma, não só permitiram como propuseram novas maneiras de difusão do conhecimento. Embora o Ensino a Distância – conhecido como EaD fosse utilizado no século passado, utilizando principalmente os Correios, o aprimoramento da Web e o surgimento de tecnologias digitais como os aplicativos e programas expandiram consideravelmente os chamados Cursos a Distância, entre os quais os de Capacitação.

Qual seria, em se tratando de abordagem pedagógica, a melhor forma de capacitar um Ouvidor?  Devemos entender que o princípio basilar do aprendizado está centrado em três momentos únicos: o Aprendizado, a Capacitação, o Aprimoramento. Mas, em se tratando de Ouvidoria, em que são necessárias as práticas constantes de aprendizado, de trocas e de experiências, o que leva a relevância dos cursos presenciais, quando surge no mercado às facilidades de cursos semelhantes à distância, com mais carga horária.

Centenas de depoimentos coletados durante os Cursos de Capacitação e Certificação da Associação Brasileira de Ouvidores demonstram que os cursos presenciais, além de oferecerem um cenário atual da Ouvidoria no Brasil, permitem que inúmeras experiências pessoais sejam transferidas nas práticas realizadas, o que um curso a distância não permite. Além disso, também as práticas e dinâmicas sugerem ambientes de discussão, da atividade parlamentar e das trocas de informações técnicas que podem ampliar o nível do conhecimento dos participantes mais novos, ainda sem a devida bagagem para enfrentar situações mais agudas.

Assim, no modelo pedagógico presencial, ganha certa vantagem ainda a Certificação. A avaliação se processa durante o curso de curta duração e, portanto, está ainda “quente” na memória, quer pelo envolvimento com o conteúdo apresentado pelo instrutor como reforçado pela discussão que tornou mais firme aquelas práticas ali desenvolvidas e acentuadas.

Nota-se que Cursos a Distância têm validade em determinadas áreas sociais onde o aprendizado desenvolve-se dentro de uma lógica sócio histórica. Porém, em Ouvidoria, partimos do princípio de quanto mais experiências tivermos durante um curso mais bagagem eu levo, diferente de quando ali adentrei. Por quê? Ora, um curso presencial amplia o nosso ângulo de visão, concentra experiências vivenciadas pelas pessoas do nosso entorno e possibilita que as dúvidas sejam ali resolvidas. E nada como um grupo que se encontra e dele tira o máximo proveito, não é mesmo?

Por outro lado, os Cursos a Distância oportunizam acesso aos que tem interesse nos cursos presenciaos mas não possuem disponibilidade para viagens ou mesmo devido a restrições orçamentárias para custear passagens, hospedagem e outros custos associados, tornando-se uma excelente opção de aprendizado.

A modalidade de ensino a distância difere do modelo de aprendizagem a que estamos acostumados, em que o professor é o principal responsável pelo conteúdo, ficando o aluno em uma atitude mais passiva, de receber as orientações e os ensinamentos. No EaD, o aluno é o principal responsável pela aprendizagem.

O conteúdo, as informações são disponibilizadas pelo especialista conteudista, mas cabe ao aluno organizar sua aprendizagem, responsabilizar-se por ela. Conta, para esse fim, com a ajuda de materiais didáticos que lhe dão suporte na organização de seus estudos e lhe permitem adquirir e consolidar novos conhecimentos. Por isso mesmo, estudar a distância exige disciplina e dedicação.

Fonte ABO-SC e OMD